terça-feira, 16 de novembro de 2010

Emergindo a Dedada



O Dedada Brutal volta em forma de desprezo pela prefeitura de Atibaia trazendo a denúncia feita pelo PSOL de Atibaia e o jornal Atibaia Hoje através do jornalista Luiz Henrique de Castro Valente e os militantes Ivan Cardozo, Bruno Ferreira e Paula de Castro do PSOL de Atibaia, segue a Dedada:


Denúncia
Após as chuvas torrenciais do início do ano na cidade a Prefeitura de Atibaia registrou em seu orçamento diversas medidas emergenciais para providenciar moradia, segurança e alimento para aproximadamente 60 famílias que tiveram suas casas atingidas pelas enchentes no bairro do Caetetuba (Vila São José) e não teriam como recuperar nada, essas medidas ultrapassaram a cifra de 8 milhões de reais. Essas famílias já vinham se amontoando no bairro numa expansão desenfreada em área de risco, problema esse que vem sendo jogado de gestão para gestão e ninguém resolve. A abertura das comportas da represa já era conhecida pela prefeitura e anunciada por todos e mesmo assim nenhuma medida de prevenção foi tomada, assim quando a água subiu, o lixo invadiu as casas e a defesa civil entrou em ação colocando os moradores em salas minúsculas dentro de ginásios ou então em contâiners de ferro no meio de um campo de futebol onde é uma conhecida área de tráfico de drogas da cidade colocando a segurança dessas pessoas ainda mais em risco por ter que colocar seus filhos em meio ao fogo cruzado da polícia despreparada e dos bandidos locais.


Casa de lata e segurança

As famílias passaram mais de 6 meses dentro de casas de lata enfrentando frio, calor e opressão policial. A prefeitura ainda colocou mais de 30 mil reais em seu orçamento referente ao pagamento de seguranças da Equipe Elite (mesma empresa que faz a segurança do PV) para que protegessem o pessoal daquela área, mas segundo os moradores eles iam mesmo é flertar com as mulheres locais, isso ainda quando eles não vinham em numero suficiente e contratavam os próprios locais para “fazer número” e mostrar serviço, tudo isso ainda ajudado e acobertado pela polícia que oprimia os moradores como vem fazendo no bairro a anos.




Barraco Popular

Passado a época das latas vieram os barracos, a Prefeitura liberou em suas contas um orçamento de quase meio milhão de reais para a construção de barracos de madeira para 32 famílias no mesmo campo onde estavam os conteiners, os barracos se encontram em situação precária, pois primeiro foi colocada uma telha de amianto, que é proibida no mundo todo, inclusive aqui no Brasil, mas após uma reportagem de um jornalista de Atibaia eles correram trocar e segundo os moradores “eles pegaram pedaço por pedaço da telha do chão para a reportagem não ver”. Trocaram por uma espécie de telha feita de um material que parece caixa de ovo e qualquer chuva já umedece ela inteira por dentro inclusive formando goteira dentro por excesso de umidade na telha, e as famílias não podem reformar nada em seus barracos por ordem da prefeitura.







Cartão Fantasma

Logo após as enchentes a prefeitura ofereceu aos moradores um cartão com uma ajuda de custo de 300 reais por mês, mas esse cartão nunca teve saldo, diversas famílias nunca receberam 1 real, mesmo com o cartão em mãos, depois que foram pros barracos a mesma historia, ofereceram 300 reais por mês e não deram nada para a maioria das famílias e segundo os moradores algumas famílias recebem os benefícios, mas só as que ajudaram na campanha de Beto Trícoli (PV) a deputado Estadual, inclusive algumas que nem foram atingidas pela enchente estão a receber o beneficio.




Prazos

A prefeitura deu um prazo de dois anos após as enchentes para os moradores serem transferidos em definitivo para alguma área, inclusive demarcaram um local para a construção de moradias, mas até agora nem se mexeu no terreno e o cartão das pessoas que recebem o beneficio está datado até 2015.


Moradias Vagas

Os moradores reivindicam um conjunto habitacional popular, as casinhas populares, que segundo eles tem 140 moradias vagas e a prefeitura se recusa a ceder para eles alegando que esses apartamentos estão destinados à policiais e funcionários públicos aposentados, outras moradias estavam sendo construídas atrás da antiga estação de trem do caetetuba, mas a obra esta parada e abandonada à meses.


Água e luz

E como se não bastasse todo o descaso chegamos na parte que esta afetando diretamente de uma forma mortal e aniquiladora essas famílias, esses barracos de medida emergencial no meio do campo de futebol está com registros de água e de luz para serem cobrados das famílias e ainda com valor comercial pela área em que se encontram; uma senhora veio me dizer que paga 116 reais de luz, sendo que só tem uma tv e uma geladeira, isso esta acabando com as famílias que precisam desse dinheiro para se alimentar, pois todos ali são catadores, trabalham com lixo e não tem como pagar uma conta absurda e abusiva dessas e ainda se alimentar.


Convocação

Estamos convocando principalmente advogados e jornalistas interessados em ajudar essas famílias de forma gratuita, além de representação popular para ajudar as famílias nessa luta, vários meios de imprensa já foram ao local, mas nenhum publica nada, inclusive a tv vanguarda já filmou tudo e nada foi ao ar, a política de Atibaia funciona dessa forma coronelista como sabemos e precisamos de meios de comunicação que tenham idoneidade suficiente para estar ao lado dessas famílias que estão sendo tratadas com descaso abandonadas, e com certeza o plano da prefeitura é afugentá-los de lá para “resolver” o problema, como sempre faz, inclusive o presidente da câmara Prof Wanderley foi ao local, reuniu os moradores, prometeu, prometeu, prometeu e até agora não cumpriu, pois estamos na luta com essa gente e iremos até o fim nessa resistência para ajudá-los a ter uma vida mais digna.

Mais informações no jornal Atibaia Hoje de 13/11/2010 e edições seguintes.



Ivan Cardozo
Presidente do Núcleo PSOL Atibaia
 
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