quinta-feira, 2 de julho de 2009

Homenagem ao Sobrinho


O Dedada Brutal vem mostrar publicamente o profundo descontentamento com um funcionário de todos nós, funcionário esse que não precisou passar em concurso, funcionário esse que não precisou sequer estudar, muito menos enviar currículo e implorar por um serviço enquanto seus filhos passam fome, funcionário esse que só precisou de persuasão para ocupar uma das 11 cadeiras de nossa Casa da Mãe Joana. Esse ilustre Sobrinho em sua árdua jornada de trabalho cumprindo apenas seu horário numa qualquer segunda feira do mês nos concede imagens deploráveis de um senhor que desrespeita seus eleitores abandonando a sala onde estão sendo votados os projetos de lei e saindo para passear nos fundos da câmara, a caverna dos puxa-sacos, de lá sempre saem pessoas sorrindo, como se tudo fosse uma grande piada, as vezes chego a pensar que lá nos fundos há câmeras com nossos rostos para eles gozarem da nossa cara pelas costas, enquanto jogam um bilhar com o demônio. O nosso querido Sobrinho está precisando colocar-se em seu lugar e respeitar seu horário e função, porque nós respeitamos o seu salário, por mais que pessoas esclarecidas jamais fossem colocar um homem desse lá dentro, não podemos crucificar os desinformados, pois da cidade de Callegari e Maturana, para a Atibaia dos Verdes só mudou o fantoche, o protagonista é sempre o mesmo, dinheiro e poder; e junto deles sempre caminha o tablóide dos cegos, escandalosamente comprado por qualquer administração. O que podemos esperar de um povo que acredita na Globo, na Veja e em jornais locais da mesma laia? Só temos que lamentar e tentar informar na medida em que fazemos o povo acordar e remar contra a maré podre, fazendo nossa parte como meros mortais, batendo de frente e esperando que canalhas caiam, sempre com uma Dedada Brutal certeira, verdadeira e HONESTA.

Texto: Ivan Cardozo

Ampolas de Drinks


Quando se sai do trabalho às duas da madrugada de um sábado, tudo que se quer, é nada mais que merecidas, uma lata de cerveja e uma garrafa de vodka, mas a noite mostra teu capitalismo na lei da oferta e procura, porque eu sempre pago o dobro do preço, na vodka e na cerveja, talvez seja o adicional noturno do frentista e da balconista. Provavelmente eles devem sair às seis, isso alivia um pouco a dor da facada, infelizmente não alivia a dor no bolso. Pego a cerveja e a vodka, pago e saio. Eu não tenho menos culpa que eles, por mais que estejamos matando a noite em Atibaia, passo e olho os jornais com as fotos dos jovens mortos, dilacerando a primeira pagina, tentando fazer alguém se importar, mas os que se importam só fazem merda, como já disse antes. Ainda espero que minha família receba a multa pelo meu suicídio, eles iam ficar tão frustrados quanto eu pagando a multa por não usar cinto, mas o jovens iam continuar morrendo nas páginas dos jornais e eu seria apenas mais um tentando fazer alguém se importar. Talvez esse seja o meu motivo, mas existem tantos outros motivos para ficarmos em casa com uma cerveja e uma vodka, enquanto estamos matando a noite, happy hour.

Texto: Jota Reis
 
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